Pequeno guia prático para a escolha do pediatra do seu filho

Lagarta Pintada 2 23:51
Ontem, dia 27 de julho, foi o Dia do Pediatra. A data foi instituída em alusão ao dia de fundação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em 1910, pelo médico Fernandes Figueira. O Dr. Figueira foi o primeiro médico brasileiro a se dedicar ao estudo dos problemas e patologias infantis. Convidado por Oswaldo Cruz para dirigir a enfermaria de doenças infecciosas de crianças do Hospital São Sebastião em 1903, introduziu a prática de internar as crianças com suas mães. Esta idéia, revolucionária para a época, aumentou a atenção dispensada aos pequenos doentes, reduzindo os índices de mortalidade no hospital.

Socorro! Meu filho não sabe o Hino Nacional!!

Lagarta Pintada Reply 02:29

Vida de expatriada não é fácil. Não me canso de repetir porque sei que ninguém acredita. Tudo muito lindo morar no exterior... Mas, vá criar seus filhos longe de casa, da família e -- principalmente e sobretudo, longe da língua e cultura brasileiras!

Estamos fora do Brasil desde 2009. LL, quando partiu conosco, já tinha concluído a quinta série. Na minha época, nessa idade eu já estava "careca" de saber de trás para frente, não só o Hino Nacional, mas o Hino da Bandeira (meu favorito) e o da Independência. Quem é que não cantou: "Japonês tem quatro filhos..."?

Eu não sei se foi a Copa das Confederações ou o quê, mas dia desses me deu o estalo:

-- Filho, você sabe cantar o Hino Nacional?

O olhar de paisagem me confirmou a resposta. Engoli a indignação e resolvi adotar uma postura pragmática: "Ok, não sabe, estou vendo. Pois vai já aprender."

E estamos treinando faz alguns dias. Comecei só com a letra, a cappella. Depois, baixei a versão instrumental completa no iTunes (a de duas partes: "Brasil, de amor intenso" e "Brasil, de amor eterno" -- o trecho fatídico que 99,5% dos brasileiros erram...) E ele já está sabendo cantar quase tudo sem olhar o papel.

Eu posso estar muito errada, mas desconfio que a ignorância do meu filho, embora agravada pelo fato de estarmos fora do Brasil, não seria muito diferente tivéssemos nós ficado na terrinha. Sei que existe uma lei de 2009 que determina a execução semanal do Hino em todas as escolas do Brasil. Me pergunto se essa lei "pegou". Adoraria imaginar as criancinhas de hoje, formadas em fila, assistindo ao hasteamento da Bandeira, cantando o hino uma vez por semana... E que honra era ser chamada para hastear!

Talvez pareça uma preocupação supérflua no meio de tanta carência na educação brasileira... mas eu sentia orgulho de saber os três hinos, até competia com as minhas coleguinhas na hora do recreio para ver quem sabia cantar todos... Até mesmo as brincadeiras que a gente fazia deturpando as letras, de alguma maneira, demonstravam que o Hino era algo importante, que impunha respeito, o que tornava o ato de fazer piada com a letra uma grande rebeldia.

Nesta semana, LL começou a treinar com o Hino da Bandeira. Semana que vem, entoaremos o "japonês tem quatro filhos". Ele está se divertindo de cantar comigo e, embora não confesse, orgulhoso de poder cantar o Hino -- lindo -- do nosso País.






O que meninas têm a ensinar sobre auto-imagem corporal?

Lagarta Pintada Reply 08:52


Eu tinha programado escrever hoje um post de sequência na série de posts sobre estratégias de leitura, mas ontem tarde da noite li uma reportagem na internet que me desassossegou. O artigo fala da modelo Cameron Russell e da palestra que ela deu em uma TED Conference sobre percepção de beleza e o impacto na auto-estima e nos julgamentos que fazemos dos outros. Depois que eu postei um texto falando sobre a pressão do universo das princesas Disney sobre os rótulos de feminilidade, não podia deixar de dar meu pitaco nesse assunto: a influência da imagem do corpo nas nossas vidas e, sobretudo, na de quem é mais vulnerável, as crianças.

A modelo Cameron sustenta que não se deve deixar que a imagem de uma pessoa influencie a opinião a respeito dela. Até aí tudo bem, quem é que não sabe disso? "As aparências enganam"; "nem tudo que reluz é ouro"; "não julgue um livro pela capa" -- a sabedoria popular está repleta de conselhos que nos ensinam que a aparência é superficial... Mas quando você olha as fotos acima e descobre que a mulher que está na foto à esquerda é a mesma menininha que aparece à direita -- as duas fotos são da mesma Cameron Russell e foram tiradas em um intervalo de um mês -- você começa a entender o que a modelo quer a dizer. 

De um lado, um mulherão sexy, do outro uma guriazinha de maiô do lado da avó. É quase impossível acreditar que se trate da mesma pessoa e, de imediato, fica óbvio como somos levados a conclusões precipitadas só de olhar para uma imagem. Na palestra, Cameron vai além e afirma que o fato de ter a aparência perfeita foi para ela um fator repressivo, pois além de obrigá-la a viver em função do espelho -- o que a tornou profundamente insegura com relação à própria aparência --, afastava-a das pessoas porque todos à sua volta julgavam que ela era mais feliz só por ter rosto e medidas invejáveis.

A palestra de Cameron se tornou fenômeno de popularidade na internet. E a moça resolveu ampliar o debate, criando uma revista colaborativa que dá espaço para mulheres compartilharem idéias sobre a relação entre aparência, auto-estima e o poder da mídia nesse contexto. Cameron, com muita propriedade, diz que todo mundo sabe que a aparência de uma pessoa não tem nada a ver com o seu nível de inteligência, criatividade ou competência; mas que, mesmo assim, ela interfere de forma poderosa nas oportunidades que a sociedade oferece a cada pessoa. 

A primeira edição da revista de Cameron, Interrupt Mag, traz uma matéria em que as meninas dão uma lição de simplicidade e sabedoria. Perguntaram a garotinhas entre 4 e 9 anos o que elas pensavam dos próprios corpos. Algumas respostas:

'Eu gosto dos meus olhos. Eles mudam de cor. Eu posso ver
tudo. Eu gosto das minhas pernas. Elas são bem compridas.'
(Cherae, 5 anos)

'Eu gosto das minhas mãos. Elas me ajudam a desenhar.'
(Laila, 6 anos)

'O que eu gosto no meu corpo é que eu posso correr rápido,
e como eu sou saudável."
(Lana, 9 anos)

'Eu gosto do meu corpo porque ele é mágico.'
(Sophia, 5 anos)

Não parece incrível que meninas tão pequenas já demonstrem uma profunda admiração pelos próprios corpos? E não porque eles se enquadrem em algum padrão de beleza, mas porque são úteis e, como ferramentas, podem ser usados para fazê-las mais felizes.

Mais impressionante ainda é pensar que, em poucos anos, essas meninas vão deixar de apreciar e aceitar seus corpos porque passarão a desejar ser mais magras, esguias, ter menos (ou mais) seios e acabar com as celulites.  Em algum lugar entre a infância e a adolescência, o encanto se perde e começa uma relação perversa de dependência entre a auto-estima feminina e a aparência do corpo. Uma pesquisa realizada no Hospital das Clínicas de São Paulo aponta que 67% das adolescentes não gostam do próprio corpo.

Será que a naturalidade dessas menininhas não pode nos ensinar a voltar a gostar mais dos nossos corpos, que nos mantêm vivos neste planeta, que permitem que sejamos felizes e continuemos a existir, mesmo quando já não estivermos mais aqui, por intermédio dos nossos filhos...?


Mãe de menina: contos de fadas impõem estereótipos de comportamento?

Lagarta Pintada 7 01:05
Era uma vez, não faz muito tempo... você era criança e acreditava no coelhinho que trazia os ovos de Páscoa, escrevia cartinhas para o Papai Noel e sonhava com os contos de fadas que ouvia antes de dormir.

Parte das nossas imagens bucólicas de infância, os contos de fadas são passados de geração em geração. Tão fascinantes que viraram personagens de filmes quase obrigatórios para a criançada nas últimas quatro décadas, sem contar a sedução da Disney World, sustentada mais que tudo no encantamento das histórias de bichos falantes, anões e princesas.

Além dessa fascinação, os contos ajudam as crianças a exercitar discernimento com questões morais. Os Três Porquinhos ensinam que o trabalho árduo recompensa e que ser preguiçoso não é legal. Já na Branca de Neve, temos uma boa chance de explicar porque não se deve aceitar nada de estranhos. Comparando a ficção com os acontecimentos da vida real, elas vão aprendendo a diferenciar entre certo e errado. Para especialistas em desenvolvimento, os personagens dessas narrativas têm um papel muito importante, dado que por volta dos três anos os pequenos já começam a formar suas noções de valores de certo x errado, bom x mau, justo x injusto.

A questão é: quais são os valores que realmente são absorvidos pelas crianças através dessas historinhas aparentemente inocentes? Que lições a criança está aprendendo com elas? Será que é apenas a idéia de que "o bem vence o mal", pronto e acabou?
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Olhando no espelho

Mãe lagarta em metamorfose permanente... com família a reboque mundo afora.

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Porque sem sair do casulo, ninguém descobre a verdadeira identidade.

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