Mundo afora: Toy Story, por Gabriele Galimberti

Lagarta Pintada 3 22:24

Bolthe vive em Botswana e seu único brinquedo é este macaco de pelúcia. 
Mas ela gosta mesmo é de brincar com os amigos na rua.
Hoje é Dia das Crianças aqui na Bolívia. Saio pelas ruas e penso que viver em um país que tem muitas dificuldades é um convite à reflexão. Uma breve comparação entre a vida das crianças aqui e nos EUA (onde vivíamos antes) revela o contraste: um mundo de excessos de um lado, uma certa sabedoria de viver com pouco, de outro.

Já mencionei em outro post as lições que podemos tirar da relação de crianças de diferentes lugares do mundo com seus brinquedos. Ontem, por acaso, descobri o trabalho do fotógrafo italiano Gabriele Galimberti, que me deu mais motivos para pensar na forma sobre como modelamos o comportamento e a índole dos nossos filhos por meio dos presentes que damos -- ou deixamos de dar.

Galimberti decidiu sair mundo afora fotografando crianças com seus brinquedos. Durante os 18 meses que levou para completar o projeto ao qual deu o nome de Toy Story, chegou à conclusão de que, embora as crianças de toda parte sejam iguais em que queiram apenas brincar, a forma como brincam varia muito.



A pequena Puput mora em Bali, Indonésia, com sua mãe.
Ela não tem muitos brinquedos, e criou um jogo de boliche em que usa as bolas como pinos.

"As crianças mais ricas são também as mais possessivas", relatou ele à revista do The Times. "Elas não me deixavam tocar em seus brinquedos a princípio". Comove o contraste com a atitude das crianças de países mais pobres: "Ainda que só tivessem dois ou três brinquedos, elas [as crianças de países pobres] não se importavam".


Os brinquedos favoritos de Tyra, que vive em Estocolmo (Suécia),
são o fogão vermelho e a casa de bonecas. 

Lucas vive em Sidney, na Austrália, e adora trens.
Ele diz que será maquinista do metrô de Sidney quando crescer.

Mesmo as crianças que vivem em ambientes completamente distintos apresentam semelhanças na maneira como tratam seus brinquedos. Um menino no Texas, EUA, e uma garotinha no Malaui relataram a Gabriele como protegem suas miniaturas de dinossauro dos perigos que acreditam poder afetar os bonecos durante a noite. Outros, por sua vez, encontram nos objetos do cotidiano familiar sua distração favorita.

Abel, habitante da zona rural no México, tem predileção por caminhões,
os mesmos que ele vê passar regularmente num canavial próximo à sua casa.

Alessia vive em uma fazenda, no interior da Itália.
Seu passatempo preferido é ajudar o avô a cuidar dos animais.    

A influência dos pais foi outro traço comum encontrado pelo fotógrafo. Na Latvia, o filho de uma motorista de táxi tem como brinquedos favoritos carrinhos em miniatura. Já na Geórgia, pais preocupados com a educação da filha imprimem na pequena o gosto por lápis e cadernos.

Nascida no sul da Geórgia, Elene tem 5 anos e, embora ainda não vá à escola,
já sabe ler e escrever.

A mãe de Ralph é taxista e diz que o filho praticamente cresceu dentro de um carro.

Você redescobre que não precisa muito para fazer seu filho feliz.
Nem muitos brinquedos, nem muitas roupas, nem DVD no carro...

Taha é de uma família de refugiados palestinos que vive em Beirut. 
O carrinho é seu único brinquedo. 

Maudy e seus amigos encontraram, perto do vilarejo onde vivem na Zâmbia,
uma caixa cheia de óculos de sol, que prontamente
 viraram a principal diversão das crianças.


Bom fim de semana!


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3 comments

Simplesmente adorei!!! O máximo!!!
Beijo enorme querida.

Adorei,muito boa a matéria

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